Antestreia de documentário sobre Malangatana no âmbito do Museu Virtual da Lusofonia

A antestreia do documentário “No Trilho de Malangatana: do legado à memória”, ocorreu no passado dia 6 de abril no Museu Nogueira da Silva, em Braga. Com o apoio do CECS, o documentário realizado pela investigadora Lurdes Macedo foi apresentado pela própria, seguindo-se uma discussão com a participação de Mutxhini Malangatana Ngwenya (Fundação Malangatana Valente Ngwenya), José Carlos Venâncio (CECS/UBI) e Richard Gray (Universidade de Londres), moderada por Moisés de Lemos Martins (CECS/UM).

Neste filme faz-se referência à vida e obra de Malangatana, destacando-se a sua capacidade de trabalhar em várias esferas artísticas – pintura, música, escultura, etc. -, bem como o seu papel como pedagogo, tendo colaborado com a UNICEF. Sendo um projeto desenvolvido no âmbito da comunicação para o desenvolvimento, é dada centralidade à obra do autor intitulada “Casa Sagrada da Família Mabyaya”, uma escultura de vários metros de altura que se encontra num espaço abandonado, na periferia da cidade de Maputo, sem qualquer manutenção há anos. É objetivo da Fundação Malangatana Valente Ngwenya angariar apoio internacional que permita o restauro e a transladação deste conjunto escultórico.

Richard Gray, que conheceu Malangatana nos finais dos anos 70, em Moçambique, partilhou algumas memórias desse período. Já José Carlos Venâncio considera o trabalho de Malangatana fundamental para a “internacionalização da arte africana”, tendo a capacidade de promover a “a mudança de mentalidades” em torno das expressões artísticas contemporâneas.

A exposição “Cores de Moçambique”, da autoria de Simone Faresin, precedeu o debate em torno deste documentário. O fotógrafo expôs um conjunto de imagens que resultaram das suas vivências em Moçambique e da proximidade que estabeleceu com a obra de Malangatana.

O evento terminou com a ideia de que este é o primeiro de vários trabalhos audiovisuais, na área da comunicação para o desenvolvimento, que a investigadora Lurdes Macedo se encontra a desenvolver. O documentário, que estará disponível em breve na página do Museu Virtual da Lusofonia, constitui um primeiro passo na sensibilização da comunidade em geral para a necessidade de preservação do legado de Malangatana.