Alexandra Figueira: nova doutora em Ciências da Comunicação

Realizaram-se no dia 5 de março (14h30), na sala de atos do ICS da UMinho (Braga), as provas de doutoramento em Ciências da Comunicação de Alexandra Figueira. A tese tem orientação de Teresa Ruão e de Paulo Mourão (Escola de Economia e Gestão da UMinho), e tem por título “Nivelar os pratos da balança – da comunicação como indutora de sustentabilidade nas parcerias estratégicas entre organizações solidárias e empresas”.

Segundo a nova doutora, a complexidade crescente dos problemas sociais exige às organizações solidárias, basilares no apoio social, novas estratégias de comunicação, sendo que os modelos tradicionais, solidificados neste sector centenário, são cada vez mais obsoletos, num mundo globalizado e em acelerada mudança e num quadro de declínio do Estado Social. Por isso, defende que urge “encontrar métodos de comunicação e trabalho que contribuam para a sua sustentabilidade e lhes forneçam as ferramentas necessárias para que apresentem, aos públicos que servem, soluções criadoras de maior valor social”.

Com esta tese, Alexandra Figueira propôs-se discutir as estratégias de comunicação que permitam às organizações solidárias retirar proveito do crescente número de programas de Responsabilidade Social Empresarial. A investigação incidiu sobre as práticas da CAIS e da Bagos d’Ouro e dos respetivos parceiros empresariais, Unicer e Symington, estudando as suas estruturas internas, as perspetivas sobre o trabalho colaborativo e, em particular, as boas práticas de comunicação adotadas na negociação, no estabelecimento e na execução de parcerias interorganizacionais.

Com base na Literatura consultada e, sobretudo, nas lições aprendidas durante a investigação, a nova doutora propôs um modelo de comunicação estratégica “que permita às organizações solidárias estimularem políticas de Responsabilidade Social Empresarial que propiciem propostas de maior valor social aos seus beneficiários e, ao mesmo tempo, reforcem os alicerces da atividade mercantil das empresas, suas parceiras. A proposta pressupõe um contexto de trabalho colaborativo interorganizacional simbiótico e complementar e que os inerentes riscos e ameaças, aqui anotados, sejam minorados”, contribuindo “para uma reflexão aprofundada sobre a relevância das organizações solidárias para modelos colaborativos interorganizacionais, e concluímos ser possível nivelar os pratos da balança, num trabalho conjunto, a bem da comunidade”.

O júri, que foi presidido por Helena Sousa, presidente do ICS, foi constituído por:

– José António Cadima Ribeiro (Professor Catedrático do Departamento de Economia da Escola de Economia e Gestão da UMinho);
– Teresa Ruão (Professora Associada do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e investigadora do CECS);
– Vaco Ribeiro (Professor Auxiliar do Departamento de Ciências da Comunicação e da Informação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto);
– Helena Pires (Professora Auxiliar do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e investigadora do CECS);
– Eduardo Duque (Professor Auxiliar da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional de Braga e investigador do CECS)

Texto: Vítor de Sousa
Fotos: Marta Barbosa