A mediação intercultural e a mediação nas sociedades contemporâneas foram os principais temas do Congresso Internacional “A Europa como espaço de diálogo intercultural e de mediação” que decorreu na Universidade do Minho entre os dias 26 e 27 de abril, uma organização conjunta do CECS, do projeto CreE.A, do Alto Comissariado para as Migrações (ACM), da Câmara Municipal de Braga e da Rede de Ensino Superior de Mediação Intercultural (RESMI).
Com a participação de mais de 150 pessoas provenientes de várias áreas do saber, o congresso abordou questões como as políticas europeias, as migrações, a crise dos refugiados, as práticas profissionais de mediação, a educação multicultural, os estudos culturais e os desafios sociais da atualidade.
Na sessão de abertura, em que se realçou a pertinência do diálogo intercultural e da mediação nas sociedades contemporâneas, estiveram presentes: Manuela Martins (vice-reitora para a Cultura e Sociedade da UMinho), Pedro Calado (Alto Comissário para as Migrações), Birgit Van Hout (representante na Europa do Alto Comissariado dos Direitos Humanos), Ricardo Rio (presidente da Câmara Municipal de Braga), André Moisan (Coordenador do CreE.A) e Ana Maria Silva (Coordenadora da Comissão Organizadora).
André Moisan apresentou o projeto CreE.A, referindo que a sua ambição é a de criar um espaço europeu de aprendizagem coletiva, de práticas de mediação para a inclusão social. Para Birgit Van Hout, o diálogo intercultural e a mediação são elementos cruciais para o estabelecimento de uma visão de unidade e diversidade da Europa.
O Alto Comissário para as Migrações, Pedro Calado, reforçou a atualidade do tema do congresso, salientando que vemos atualmente desafiados os fundamentos principais da União Europeia. No entanto, acredita que a União Europeia, com todas as suas fragilidades e dificuldades, foi um dos maiores instrumentos de construção de mediação e de diálogo intercultural.
A mediação social é, assim, nas palavras de Manuela Martins, um instrumento indispensável para a construção de sociedades mais acolhedoras, inclusivas e pacíficas.
Considerando este congresso uma oportunidade de partilha de boas práticas, Ricardo Rio destacou a apresentação de projetos que tornam as comunidades mais coesas, justas e mais solidárias. Para o presidente da câmara, Braga é uma cidade intercultural, onde “as minorias têm sido uma prioridade”.
Enquanto coordenadora da Comissão Organizadora, Ana Maria Silva realçou a presença de convidados de origens muito diversas, representando países da Europa e de outros continentes, nomeadamente da Alemanha, Bélgica, França, Itália, Áustria, Bielorrússia, Angola, Senegal, entre outros. Esta diversidade enriqueceu o evento, que constituiu um “espaço de diálogo intercultural e de partilha de experiências que não nos deixam ficar no passado, nem no presente, mas nos projetam fundamentalmente no futuro”.
A conferência de Moisés de Lemos Martins, diretor do CECS, sobre “A crise dos refugiados na Europa. Entre a totalidade e o infinito” serviu de mote para o encerramento dos trabalhos do congresso, que contou também com a presença de Laura Magalhães (deputada e membro da Comissão Parlamentar da Educação e Ciência), Hibat Habib (Presidente do CreE.A), Firmino Marques (vice-presidente da Câmara de Braga) e Ana Maria Silva (coordenadora da Comissão Organizadora).