A pandemia de Covid-19 deu o mote para a discussão com assessores de comunicação que habitualmente trabalham a área da Saúde. “A Comunicação não pode ser o fim da linha” foi uma ideia repetida por vários intervenientes para defender a importância e centralidade da Comunicação, especialmente em períodos de crise.
Diana Mendes, chefe de divisão de Comunicação e RP da Direção-Geral de Saúde, reconheceu as dificuldades em gerir o equilíbrio entre a tranquilidade necessária à Comunicação do Risco e a ausência de conhecimento que marcou o início desta crise pandémica. Quase dois anos após o aparecimento do SARS-CoV-2, a profissional de Comunicação admite que muitos dos desafios sentidos em 2020 se mantêm, e passam, por exemplo, pela ausência ou multiplicação de porta-vozes ou pela dificuldade de avaliação das campanhas comunicacionais promovidas.
Rui Neves Moreira, assessor do Centro Hospitalar Universitário do Porto, recordou os momentos-chave da pandemia do ponto de vista da Comunicação da sua instituição, sublinhando o aumento da presença mediática do Hospital de São João.
Pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Nelson Soares destacou a importância deste sector no panorama nacional – neste momento, o número de hospitais privados já ultrapassa o de hospitais públicos.
Romana Borja-Santos, assessora de Comunicação do Bastonário da Ordem dos Médicos, recordou a criação do Gabinete de Crise, em janeiro de 2020, como um momento importante na gestão da comunicação da pandemia. Foi a partir daqui que foi possível, segundo esta profissional, diversificar porta-vozes.
Tiago Durães, gestor de Marketing e Comunicação no grupo Lusíadas Saúde, notou ainda a importância de alertar a população para a necessidade de prevenção da doença e promoção da saúde, uma preocupação que foi tendo na gestão de comunicação da instituição que representa.
Catherine Pereira, assessora de Comunicação do Hospital de Braga, notou a falta de investimento em recursos humanos na área da Comunicação.
A primeira edição das Jornadas “Pandemia e Comunicação” decorreu hoje, na Universidade do Minho, e centrou-se no olhar dos assessores. Esta iniciativa foi a primeira de um ciclo de cinco jornadas, sendo a próxima no dia 26 de janeiro de 2022, no CINTESIS/Universidade do Porto, sobre o olhar dos jornalistas.
Da Comissão Organizadora fazem parte Felisbela Lopes e Rita Araújo (CECS/Universidade do Minho), Olga Estrela Magalhães (CINTESIS/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), Clara Almeida Santos e Ana Teresa Peixinho (CEIS20/Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e Catarina Duff Burnay (CECC/Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa).