ECREA 2020 – Chamada de trabalhos

A European Communication Research and Education Association (ECREA), em parceria com a Universidade do Minho, tem aberta a chamada de trabalhos para a 8ª Conferência Europeia de Comunicação, a realizar-se em Braga, de 2 a 5 de outubro de 2020.

A ECREA e o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho organizam a 8ª Conferência Europeia de Comunicação (ECC). A Conferência tem como tema principal “Communication and trust: building safe, sustainable and promising futures”. Os organizadores solicitam propostas que abordem o tema principal da conferência ou relacionadas com as Secções, Redes ou Grupos de Trabalho Temporários da ECREA (não restringindo, à partida, outras possibilidades).

Tema da conferência

Que futuros estamos a construir? Qual é o papel dos media e da Comunicação nestes processos? Considerando o ritmo da mudança tecnológica e a forma como esta está a remodelar a economia e a cultura, que tipo de adaptações e compromissos estão a ser solicitados aos cidadãos e em que medida as instituições e os responsáveis políticos estão dedicados na procura de soluções progressivas e sustentáveis? Que tipo de futuro social, político e cultural os media e a Comunicação induzem e modelam? Que relações existem entre eles e quais são os seus principais pilares normativos? Estas são algumas questões de interesse crítico para a conferência ECREA 2020. Os académicos são convidados a questionar a relevância dos estudos em Comunicação diante os atuais e futuros desafios sociais.

Aceleração, velocidade e desenvolvimento tecnológico estão presentes em todas as dimensões da vida, em qualquer lugar e em todos os níveis. Formas globais de cultura e a dinâmica do mercado global estão a moldar intensamente a natureza da vida dos cidadãos, alterando a maneira como eles pensam e se relacionam com as instituições. A confiança está a ser colocada em causa; alguns dos seus componentes, como a Comunicação para a liberdade, o  empowerment, o desenvolvimento e a democratização, estão a ser reconfigurados e a ganhar significados múltiplos e, por vezes, contraditórios. Criam-se, assim, novas desigualdades e vulnerabilidades na Europa e no mundo, enquanto as instituições parecem mais fracas, mais ineficazes ou tardias nas suas reações.

Existe uma percepção académica geral de que os cidadãos estão a ocupar espaços de maior incerteza e invasão de privacidade a diferentes níveis, o que os torna presas fáceis para diferentes tipos de intermediários de poder. Muitas questões relevantes nos estudos de Comunicação podem ser abordadas em relação às formas pelas quais o medo, a incerteza e o isolamento social afetam os cidadãos de acordo com variáveis ​​estruturantes como raça, etnia, género ou idade.

Se os cidadãos estão a passar por esse estado geral de insegurança ontológica, políticos e instituições parecem hesitar diante dos problemas emergentes que exigem respostas procuradas à escala sistémica e, eventualmente, global. Obviamente, as mudanças climáticas e as urgências ambientais exigem novas ideias do campo dos media e da Comunicação, com especial atenção aos efeitos de médio e longo prazo das ações humanas. As ações pró-ativas dos cidadãos e os movimentos sociais também merecem, aqui, atenção especial.

Os académicos são desafiados a abordar responsabilidades emergentes do campo dos media e da Comunicação em relação a novas assimetrias sociais e ambientais. A qualidade da informação pública é obviamente a chave deste debate. Que papel devem os media desempenhar na desconstrução dos determinismos tecnológicos e na procura de caminhos para aumentar a confiança e a segurança? Como gerir os relacionamentos entre o local e o global para que as atividades dos gigantes da Internet não governem o ambiente simbólico comum? Como melhorar a transparência e a defesa do interesse público e que tipo de interesse público ainda é possível identificar? Ao propor o tema “Communication and trust: building safe, sustainable and promising futures”, a conferência procurará oferecer uma oportunidade de diagnóstico, discussão e reflexão sobre o papel e as responsabilidades dos académicos e profissionais da área na leitura das circunstâncias presentes e na antecipação de futuros desafios.

Submissão e prazo

As propostas de trabalhos, painéis e posteres individuais podem ser enviadas para uma das secções, grupos de trabalho temporários e redes da ECREA, por meio da plataforma de inscrição da ECREA 2020, até 15 de janeiro de 2020.

Os resumos devem ser escritos em inglês e conter um esboço claro do argumento, referencial teórico e, quando aplicável, metodologia e resultados. Os resumos devem ter entre 300 e 500 palavras (500 é o número máximo de palavras). As propostas de painel devem consistir em cinco contribuições individuais, ou seja, cinco resumos cada um com no máximo 500 palavras.

É de referir que os participantes podem ser nomeados como primeiro autor em apenas uma submissão aceite. Se mais de uma contribuição com o mesmo primeiro autor for aceite, será solicitado que o autor decida sobre qual trabalho quererá apresentar. Não há restrições quanto ao número de apresentações em que um participante da conferência é listado como coautor, sendo que os participantes podem também atuar como presidente de um painel.

Todas as propostas devem ser enviadas através do site da conferência até 15 de janeiro de 2020. A submissão antecipada é fortemente incentivada. Este prazo não será estendido.

Os resumos estarão disponíveis online. Os trabalhos completos (opcionais) serão publicados pelo sistema de envio e disponibilizados aos participantes registados após o login no sistema.

Consulte as diretrizes para envio.

[Publicado: 17-10-2019]