No passado dia 22 de janeiro, Cicilia Krohling Peruzzo foi a convidada de um seminário doutoral “Comunicação popular, comunitária e alternativa. Resistência e direito à comunicação”, organizado pelo Doutoramento em Estudos de Comunicação: Tecnologia, Cultura e Sociedade. A investigadora da Universidade do Rio de Janeiro discutiu formas de “contra-comunicação” desenvolvidas por movimentos sociais.

De acordo com Cicilia Peruzzo, o Brasil é um país de imensas desigualdades, alertando para a desnutrição e para a violência, assim como para a discriminação racial e de género.  “O problema vai passando de um século para outro, de uma década para outra” pelo que é fundamental compreender as contradições de classes, acrescentou a docente visitante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Apesar das contradições e dos conflitos, a investigadora realça que existem entidades brasileiras que lutam por diminuir estes problemas e promover a mudança. Estes movimentos sociais pretendem conquistar melhores condições, desenvolver o conhecimento e “fomentar a capacidade de mobilização social e de intervenção para evitar a influência”. E são tais movimentos sociais que configuram aquilo que Cicilia Peruzzo denomina “contra-comunicação”.

Para abordar este conceito, a investigadora brasileira falou em comunicação popular, comunitária e alternativa como uma “contra-comunicação”, que se distancia dos formatos e do conteúdo tradicionais de comunicação, na política ideológica, nas estratégias de produção, na participação ativa, na liberdade de expressão e nas fontes de informação ouvidas. Os indivíduos não se limitam ao “papel de recetor, mas também de produtor de conteúdos”, explica Cicilia Peruzzo.

Antes de terminar este seminário doutoral, houve ainda tempo para um breve debate em que a investigadora desafiou os intervenientes a pensar nesta nova forma de comunicação.

[Publicado: 30-01-2020]