Debate Communitas. Três anos de Acordo de Paris: que mudanças?

Realizou-se, no passado dia 12 de dezembro, mais um debate promovido pelo think tank do CECS, Communitas. Três anos depois do Acordo de Paris, em que ponto está o combate às alterações climáticas? Esta foi a temática do debate que contou com a participação de João Camargo, investigador em alterações climáticas do ICS da Universidade de Lisboa, de Cláudia Pascoal, vice-diretora executiva do Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade da Universidade do Minho, e de Jorge Leandro Rosa, investigador integrado do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto. A moderação esteve a cargo de Anabela Carvalho, investigadora do CECS.

Traçando um balanço destes três anos, os participantes foram objetivos e pouco optimistas: para João Camargo, “os 3 anos do acordo não são um marco histórico de tomada de consciência”, para Cláudia Pascoal, “quem precisa de salvação não é o planeta terra, mas a espécie humana. O planeta terra irá adaptar-se” e para Jorge Leandro Rosa, “há qualquer coisa que está a acontecer de que as sociedades estão divorciadas”.

Os impactos da intensificação do efeito de estufa estendem-se por todas as áreas da vida, da agricultura à segurança dos edifícios, da biodiversidade à saúde humana. Estamos, portanto, já a vivenciar alguns dos efeitos das alterações climáticas, que se agravarão inevitavelmente no futuro. Desenvolver medidas de preparação para esses impactos (normalmente designadas como políticas de adaptação) é fundamental. Mas o maior desafio é reduzir massivamente as emissões globais de gases com efeito de estufa no sentido de mitigar as alterações climáticas e evitar os piores cenários.

Porque as alterações climáticas se ligam com (quase) tudo o que está no cerne das sociedades atuais – com fortíssimas necessidades energéticas, com mobilidade, com práticas industriais e outras -, esta é uma questão eminentemente social. Ela implica não só os modos de organização social mas também valores e visões do mundo, e merece um debate alargado e continuado, pelo que o debate mantem-se online até 19 de dezembro, no site do Communitas.

[Texto publicado a 14-12-2018]