Quarta sessão dos Seminários Doutorais de Ciências da Comunicação e Estudos Culturais 2016

A quarta sessão dos Seminários Doutorais de Ciências da Comunicação e Estudos Culturais 2016 teve lugar no dia 3 de junho (11h00), na sala de atos do ICS, na UMInho (Braga). Esta sessão contou com as intervenções dos investigadores Paulo Serra*, professor do Departamento de Comunicação e Artes da Universidade da Beira Interior e investigador do Labcom.IFP, sendo atualmente também o presidente da SOPCOM – Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, e de Rita Ribeiro**, docente do Departamento de Sociologia do ICS-UMInho e investigadora do CECS.
A iniciativa coube, como habitualmente, ao CECS e ao Departamento de Ciências da Comunicação e foi organizada pelos cursos de doutoramento de Ciências da Comunicação e de Estudos Culturais (sendo este último uma parceria com a Universidade de Aveiro). A entrada é livre.

*J. Paulo Serra (UBI, Presidente da SOPCOM)
A construção do campo das Ciências da Comunicação em Portugal
Desde a criação do primeiro curso de Comunicação Social, no ano de 1979, o campo das Ciências da Comunicação foi-se construindo em Portugal através de um certo conjunto de formas, fazendo emergir determinadas problemáticas e não outras. A nossa comunicação pretende, precisamente, descrever e interrogar algumas dessas formas e problemáticas que consideramos essenciais.
J. Paulo Serra é Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa e Mestre, Doutor e Agregado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior (UBI). Nesta Universidade, é Professor no Departamento de Comunicação e Artes e investigador do Labcom.IFP, onde coordena o Grupo de Comunicação e Media. Desempenha, atualmente, os cargos de Presidente da Faculdade de Artes e Letras da UBI e, a nível nacional, o de Presidente da Sopcom – Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação.

**Rita Ribeiro (DS-ICS, CECS, UMinho)
Ouvir as vozes: narrar, interpretar e resgatar
Emancipadas, queremos acreditar, do caldo positivista, as ciências sociais conquistaram o direito a não ser uma réplica das ciências experimentais e com isso ambicionaram um conhecimento compreensivo da realidade. Esse desígnio e a diferenciação complexa das sociedades modernas levaram os pensadores sociais a procurar formas de chegar às práticas e aos sentidos da acção social. Uma das mais delicadas opções metodológicas é a de escutar as vozes dos indivíduos ou as que emanam dos grupos e das comunidades, isto é, constituir como sujeito socio-científico aqueles que vivem – certa circunstância, certa condição, certa regularidade ou anomalia. Seguindo Charles Wright Mills, Pierre Bourdieu, os sociólogos da Escola de Chicago e também a literatura e o testemunho, procuraremos perceber as inquietações que acompanham quem procura ouvir as vozes comuns e pensar a sociedade através delas – onde estão as vozes, como respeitá-las, como escrevê-las, como interpretá-las, como encontrar (ou não) as ‘verdades' estruturais na polifonia.
Rita Ribeiro é Professora Auxiliar do Departamento de Sociologia, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Doutorou-se em Sociologia, em 2008, pela Universidade do Minho, onde fez também mestrado em Antropologia. É investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, onde desenvolve investigação na área da sociologia da cultura. Neste âmbito, tem dado particular atenção aos temas da identidade nacional e europeia, identidades culturais, memória e cidadania.