Decorreram entre os dias 11 e 16 de abril quatro sessões do Workshop sobre “Sociedade da Vigilância, Privacidade e Direitos Humanos”.
A primeira sessão organizada pela equipa do projeto EXCHANGE dedicou-se a uma introdução aos estudos da vigilância. Conduzida pela investigadora do CECS, Helena Machado, a sessão procurou instigar o debato crítico sobre questões como “que tipos de vigilância existem?”, “que impactos culturais, políticos e económicos emergem?”, “que direitos humanos são potencialmente constrangidos?” ou “como se configura o debate entre proteção de dados e segurança pública?”.
Na segunda sessão, Sara Matos e Sheila Kahn guiaram uma discussão sobre privacidade e proteção de dados. Durante o workshop discutiram-se ideias específicas como “o que significa privacidade?”, “que desafios se colocam em relação ao novo Regulamento de Proteção de Dados na União Europeia?” e “quais os riscos suscitados por Big Data?”.
A terceira sessão foi ministrada por Emília Araújo e tratou do tema dos desafios à investigação sociológica. Emília Araújo apresentou os desafios mais importantes que a pesquisa sociológica enfrenta atualmente, considerando as novas regras sobre proteção de dados, bem como nos processos de produção de ciência. Com vários casos, a sessão discutiu alguns dos procedimentos metodológicos e éticos estabelecidos nas ciências sociais, dando conta de sua importância nos atuais contextos de investigação. A sessão também destacou a necessidade de repensar parte desses procedimentos, evidenciando as práticas mais adequadas relacionadas com a proteção de dados para a elaboração e desenvolvimento de projetos de pesquisa académica.
Por fim, a quarta sessão trabalhou a questão da “Sociedade da vigilância: presente e futuro”. Rafaela Granja e Marta Martins organizaram um debate em torno de duas questões: “Como as novas tecnologias reconfiguram ‘velhas’ modalidades de vigilância?” e “que configurações de estigmatização surgem? Que metodologias podemos utilizar para estudar fenómenos de vigilância?”. O debate centrou-se numa abordagem crítica das implicações da cooperação transnacional judicial e policial e em novas formas de gerar suspeitos de crimes com base em provas de ADN. O workshop terminou com a exibição de um filme, seguido de uma discussão focada nas implicações da expansão da vigilância na vida quotidiana.