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Filip Vostal falou sobre regimes temporais de produção de conhecimento

Filip Vostal marcou presença no seminário “Academic Timescapes. O uso do tempo na academia e a influência na produção do conhecimento”, com a comunicação “On temporal regimes of knowledge production”, que se realizou no ICS da UMinho, na tarde do dia 22 de maio. O autor do livro “Accelerating Academia: The Changing Structure of Academic Time” (Palgrave Macmillan 2016), referiu que já não existe uma academia de avanço lento caracterizada por tempos longos dedicados à reflexividade, participação e ponderação. À semelhança do que acontece noutras organizações, a academia é agora um local de passagem e as fronteiras entre dinâmica capitalista e vida académica tornaram–se mais ou menos diluídas. O tempo na academia distribui-se de forma diversa e, por vezes, desigual e os prazos multiplicam-se e sobrepõe-se de forma por vezes caótica. As tecnologias resolvem algumas dificuldades, mas complicam e originam outras, ao multiplicarem os pedidos de informação. O conhecimento flui e circula a ritmos intensos em resposta a várias transformações sociais e económicas e não se pode pensar a “aceleração” social e técnica ou os períodos de paragem e de abrandamento necessariamente perverso ou ideais. Por isso, uma política de tempos na ciência é necessária para tornar mais evidente e consistente a sequência dos pedidos e das solicitações a diversos níveis hierárquicos, incluindo os vários públicos envolvidos. Mais investigação etnográfica é precisa para percebermos mais de perto a dinâmicas, os modos como se usa e pensa o tempo na ciência e na academia.

A intervenção do investigador da República Checa foi objeto de debate por parte de vários/as colegas da Universidade do Minho e Universidade de Aveiro convidados/as para o evento – Madalena Oliveira, Teresa Carvalho, Óscar Gonçalves, Cidália Silva, Manuel Pinto e Emília Araújo – que secundaram algumas daquelas posições, tendo sido sublinhado o interesse em contar com os contributos das ciências sociais e humanas para as práticas de gestão da ciência e do conhecimento na academia e na ciência, atendendo, desde logo, à diversidade e à multiplicidade de tempos.

A iniciativa foi organizada pelo CECS e pelo LAB2PT e inscreve-se no ciclo agora denominado por “Estudos sociais do Tempo” que pretende constituir-se como espaço de reflexão sobre a importância do tempo, dos ritmos e das temporalidades na compreensão do mundo social, na sua diversidade e multiplicidade.

 

Vítor de Sousa/Emília Araújo