Foi lançado, no dia 26 de junho, na ocasião do IV Congresso da Rede Nacional de Estudos Culturais, em Lisboa, o livro “Existir e resistir na sociedade contemporânea. Contributos para o debate sobre comunicação e cultura”.
Editada pela Húmus, a obra tem a autoria de Isabel Macedo, Tatiane Oliveira e Moisés de Lemos Martins.
O livro foi apresentado no último dia 26 de junho, durante o IV Congresso da Rede Nacional de Estudos Culturais, na Universidade Lusófona, em Lisboa.
A obra propõe uma reflexão sobre os processos de resistência na sociedade contemporânea, marcada por desigualdades, incertezas e profundas transformações. Com um olhar a partir dos campos da Comunicação e dos Estudos Culturais, este livro resulta, em parte, das intervenções no VIII Congresso sobre Culturas, realizado na Universidade do Minho em dezembro de 2022.
Os textos foram organizados em duas secções principais: a primeira explora as resistências e transformações nos domínios da comunicação e da cultura; e a segunda analisa as manifestações populares, expressões artísticas e o papel das tecnologias digitais na construção de espaços e movimentos de resistência.
Na primeira parte, os capítulos abordam temas como as políticas culturais, as migrações, as lutas antirracistas, as resistências de género, a descolonização de currículos nas forças militares em Angola, bem como o papel da Universidade neste cenário.
Na segunda parte, reúnem-se capítulos que analisam as práticas culturais e as suas diferentes formas de resistência. São abordadas as festas populares, as resistências dos povos da Amazónia (Brasil), assim como das comunidades quilombolas em Minas Gerais (Brasil), as manifestações artísticas no Porto (Portugal), o feminismo no contexto digital, entre outros temas.
Destacamos este excerto de apresentação:
” Da arte ativista ao jornalismo independente, da ocupação dos espaços urbanos às expressões culturais das periferias, a resistência manifesta-se de múltiplas formas, interpelando os sistemas de dominação vigentes. À medida que as estruturas de poder se reinventam, emergem também novas formas de resistência. Olhamos o conceito de resistência como processo, que desafia as estruturas de poder em diversos contextos nacionais. Sob uma diversidade de abordagens, esta obra propõe o debate das práticas culturais interpretadas como críticas, contra-hegemónicas, práticas contínuas de trabalho no domínio cultural, que configuram, todavia, novas possibilidades do humano. A sociedade contemporânea apresenta um panorama de complexidade acentuada, marcado por uma instabilidade profunda e por divisões sociais e culturais, onde as incertezas permeiam tanto as relações individuais como as comunitárias. No plano sociopolítico, vários povos encontram-se ameaçados de desaparecimento, em resultado de processos violentos de expulsão, guerras, novas formas de colonização, marginalização e negação do reconhecimento do outro. […]”
Disponível em acesso livre aqui
[Publicado: 27-06-2025/ Atualizado:30-06-2025]