“Os jornalistas não se podem demitir da discussão relativamente aos modelos de negócio”

O exercício do jornalismo tem sido permanentemente desafiado pelas disposições tecnológicas e interpelado pelas condições sociais. Crescentemente, na actual conjuntura, a profissão tem sido também ameaçada a nível empresarial pelas dificuldades financeiras e económicas que ameaçam a sua sustentabilidade. A falência do tradicional modelo de negócio tem colocado as empresas jornalísticas sob pressão, afectando não só os recursos necessários ao desempenho da missão mas também obrigando o jornalismo a uma redefinição do seu campo e das práticas éticas e deontológicas

Foi nesta intersecção entre jornalismo, sustentabilidade económica e ética que teve lugar o Encontro “Fronteiras do jornalismo e modelos de negócio: constrangimentos e sustentabilidade”, no passado dia 21 de novembro, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.

Organizado conjuntamente pelos GT de Economia e Políticas de Comunicação e de Jornalismo e Sociedade, da SOPCOM, este encontro, que contou com mais de trinta participantes, procurou identificar as problemáticas que se abrem num campo comum de reflexão aos investigadores de ambos os GT.

Elsa Costa e Silva, uma das organizadoras do evento e coordenadora do GT de Economia e Políticas de Comunicação, fez um balanço muito positivo do encontro, lembrando a participação da sociedade civil – profissionais e sindicatos – e da academia, através de um debate sobre os desafios e os modelos de negócio que influenciam o jornalismo. A investigadora do CECS deixa a mensagem de que “os jornalistas não se podem demitir desta discussão relativamente aos modelos de negócio”.

Luís António Santos, diretor-adjunto do CECS, presente da sessão de abertura do encontro, corroborou Elsa Costa e Silva, referindo que “a ideia de a academia nacional refletir sobre os média não é de agora”. “Esta preocupação da academia existe e está bem viva neste encontro”, reforçou.

[Texto publicado a 23-11-2018]