O Observatório de Políticas de Comunicação e Cultura (POLObs) do CECS está a estudar o impacto da Covid-19 no setor cultural português. A investigação, coordenada por Manuel Gama, acontecerá até março de 2021 medindo a forma como a pandemia afeta o setor que viu milhares e eventos adiados e cancelados, deixando em “situação dramática” organizações e profissionais de cultura.
O estudo, iniciado no passado mês de março, mede o impacto mediático e o fluxo de notícias sobre os efeitos da Covid-19 no setor cultural nacional, assim como analisa as iniciativas do Governo e avalia os impactos esperados e observados que a pandemia teve e terá nos profissionais e organizações do setor. A primeira fase desta investigação conclui que existe um “número reduzido de referências explícitas à cultura” na análise que foi feita a sites de jornais nacionais e de municípios e entidades intermunicipais. Manuel Gama explica que nessas referências há um “nítido predomínio do enfoque nos impactos negativos” da Covid-19 no setor. O estudo revela ainda que “o papel dos serviços, organismos e entidades da administração direta ou tutelados pelo Ministério da Cultura (…) em alguns casos se consubstanciou numa atitude passiva e inoperante”.
Já os profissionais e organizações do setor afirmam, através das respostas deixadas ao questionário elaborado, que “se não forem tomadas medidas urgentes, substantivas e estruturantes, o setor cultural português poderá sofrer danos irreparáveis fruto da pandemia”. Os dados recolhidos revelam que, “para além das perdas imediatas que as medidas transversais e setoriais não estão a ser capazes de dar uma resposta cabal, no final de 2020 poderemos assistir, para além de um agudizar da precarização, um incremento no desemprego de profissionais do setor cultural que tinham contratos de trabalho”.
Assim, a primeira fase deste estudo concluiu que “os impactos da Covid-19 no setor cultural português são, e serão, muitos, diversificados e nefastos para o frágil tecido cultural português”.
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