Os incêndios florestais têm sido considerados um dos principais problemas ambientais. Apesar desta importância, o seu impacto económico, que tem em conta as perdas económicas diretas e indiretas, não é, atualmente, bem mensurado. Além da perda de vidas humanas, de propriedades e de infraestruturas, a extensão das consequências do fogo, na perspetiva florestal, pode ser avaliada em grande parte, pelo custo social de tais incêndios, que é a mais negativa das externalidades associadas. Uma contabilidade precisa dos impactos dos incêndios florestais é essencial, não apenas para a determinação da indemnização devida às comunidades afetadas, mas também para a produção de informações úteis para ações de gestão e proteção contra o próprio incêndio. A possibilidade de conseguir estimar a priori o custo previsível de um incêndio florestal num determinado local, pode suportar o processo de decisão de proprietários, gestores e entidades territoriais no que concerne a decisões como: escolha das espécies a explorar, gestão de faixas florestais, alteração de usos dos terrenos ou mesmo balancear custos de limpezas tendo em consideração os vários cenários de custo de antemão. Reconhece-se que a avaliação dos prejuízos económicos causados pelos incêndios florestais é uma atividade de alta complexidade e importância, devido ao número de efeitos de curto, médio e longo prazo, aos níveis social, económico e ambiental, e também pela dificuldade de alocar um valor de mercado a recursos como a diversidade biológica e a preservação de espécies ameaçadas.
A equipa do presente trabalho, combinando conhecimentos de alto nível de métodos de avaliação económica ambiental, impactos de incêndios florestais e ferramentas computacionais, tem por objetivo construir um modelo para a avaliação económica dos impactos dos incêndios florestais, envolvendo a população local, que servirá como uma ferramenta para apoio a políticas de gestão florestal e prevenção de incêndios. Somando-se à contabilização direta e indireta dos impactos dos incêndios, propomo-nos recorrer a métodos de avaliação não mercantis para explorar o valor dos ativos relacionados com os recursos florestais que podem ser perdidos através de incêndios florestais. Além disso, projetamos uma experiência socioeconómica, que testa mecanismos para contribuir para a prevenção de incêndios florestais. Ambas as metodologias estão estabelecidas na literatura e foram implementadas em vários estudos por membros da equipa de pesquisa seguindo padrões internacionais elevados.
Investigador responsável: Ligia Maria Costa Pinto
Instituição proponente: Universidade do Minho
Unidade de I&D principal: Núcleo de Investigação em Políticas Económicas (EEG/UM)
Instituições participantes: Centro de Computação Gráfica
Financiamento: 167 909€