Espaço lusófono – língua portuguesa e identidade lusófona

O projecto “Espaço lusófono – língua portuguesa e identidade lusófona” nasce a seguir à constituição da Federação Lusófona de Ciências da Comunicação (Lusocom), em 1997, em Lisboa, em que participam Moisés de Lemos Martins e Aníbal Alves. Na comunidade lusófona, de mais de 200 milhões de falantes, apenas uma minoria concebe as suas pertenças a partir da língua comum. O lugar da lusofonia é, sem dúvida, o de uma “lusoafonia” (Mia Couto), ou seja, é sobretudo um lugar de não conhecimento e de não reconhecimento das comunidades deste vasto espaço geocultural.

 Por essa razão, o principal objectivo do projecto “Espaço lusófono – língua portuguesa e identidade lusófona” foi o de fazer um levantamento das comunidades lusófonas de Ciências da Comunicação nos diversos países da lusofonia, sobretudo em Portugal e no Brasil, mapeando o campo, quanto aos projetos de ensino, às linhas de pesquisa e aos desafios que tinham pela frente. Tratando-se de comunidades que se desconheciam completamente, procurou-se, então, através de congressos anuais, preencher o fosso que as separava, de modo a que rapidamente se pudesse passar à fase da criação de redes de cooperação científica, antes de mais entre investigadores de Portugal e do Brasil, estendendo também a cooperação à comunidade galega de Comunicação, e tendencialmente a todo o espaço lusófono.

Mapear e organizar a investigação em Ciências da Comunicação, constituindo por todo o espaço lusófono uma rede de cooperação científica, respondeu à necessidade estratégica de ver o trabalho científico, realizado pelas comunidades lusófonas de Ciências da Comunicação, reconhecido pela comunidade científica internacional, e ver, de igual modo, reconhecidas as suas revistas científicas.

Em 1998 a comunidade lusófona, sobretudo de brasileiros e portugueses, realizou o II Congresso em Sergipe (Brasil), na cidade de Aracajú, tendo participado Moisés de Lemos Martins e Aníbal Alves.

Em 1999, a equipa do projecto, Moisés de Lemos Martins, Manuel Pinto, Aníbal Alves, Helena Sousa, Rosa Cabecinhas e Helena Gonçalves organizaram na Universidade do Minho, em Braga, o III Congresso Lusófono, subordinando-o ao tema “Investigações, Convergências e Desafios”.

Em 2000, a equipa do projeto, que entretanto se tinha alargado e era agora constituída por Moisés de Lemos Martins, Manuel Pinto, Aníbal Alves, Helena Sousa, Rosa Cabecinhas, Helena Gonçalves, Gabriela Gama, Felisbela Lopes, Helena Pires, participou no IV Congresso Lusocom, que se realizou na cidade de São Vicente (Brasil). Esse Congresso teve por tema “Comunicação Intercultural: 500 anos de mestiçagem”.

Entretanto, os Congressos lusófonos, realizados sucessivamente em 1997 (Lisboa), 1998 (Aracajú), 1999 (Braga), 2000 (São Vicente, Brasil), passaram a realizar-se de dois em dois anos, pelo que o V Congresso lusófono se realizou em Maputo (Moçambique), em 2002, com a presença apenas de Moisés de Lemos Martins, e o VI na UBI (Covilhã), em 2004, então com ampla participação dos membros do projecto.

Em 2002 e 2003, Regina Brito, investigadora da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, é acolhida pelo projecto, tendo feito um pós-doutoramento sob o tema “Língua Portuguesa e Identidade Lusófona” e a orientação de Moisés de Lemos Martins.

As actas do III Congresso Lusófono são publicadas no 2.º e 3.º números da revista Comunicação e Sociedade, respectivamente em 2000 e 2001.

Em 2003, é lançado, em São Paulo, o Anuário Internacional de Comunicação Lusófona, órgão científico da Federação Lusófona de Ciências da Comunicação, que tem como entidades associadas a Angocom (Associação Angolana de Estudos da Comunicação), a AMESCOM (Associação Moçambicana de Estudos da Comunicação), a ASGIP (Associação Galega de Pesquisadores en Comunicación), a Intercom (Associação Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação) e a Sopcom (Associação Portuguesa de Ciências de Comunicação). Moisés Martins e Aníbal Alves integram o Conselho Editorial.

Investigador principal: Moisés de Lemos Martins

Outros investigadores: Aníbal Alves, Manuel Pinto, Helena Sousa, Rosa Cabecinhas, Helena Gonçalves, Gabriela Gama, Felisbela Lopes, Helena Pires.