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A Revista Lusófona de Estudos Culturais / Lusophone Journal of Cultural Studies (e-ISSN: 2183-0886 | ISSN: 2184-0458) é uma revista temática da área dos Estudos Culturais. Publicada desde 2013 no sistema OJS, esta revista tem um rigoroso sistema de arbitragem científica e é publicada em português e em inglês duas vezes por ano. De 2013 a 2016, foi publicada pela Universidade do Minho e Aveiro, em conjugação com o Programa Doutoral em Estudos Culturais. Em 2017, passou a ser publicada, exclusivamente, pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. O conselho editorial da Revista Lusófona de Estudos Culturais / Lusophone Journal of Cultural Studies integra reputados especialistas dos Estudos Culturais, de diversos pontos do mundo.

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Cidade “Sentiente” – Uma Paisagem Atonal

Helena Pires, Zara Pinto-Coelho & Cíntia Sanmartin Fernandes

8(1) | CECS - UMinho

ISSN:ISSN: 2184-0458 // e-ISSN: 2183-0886

Tendo arriscado temperar esta publicação com um apelo a uma visão organicista da (pós)cidade, foi lançado o desafio de escrever sobre a urgência do (re)sentir o (pós) corpo–(pós)lugar, não esquecendo o odor das temporalidades e dos percursos, as paisagens cinestésicas, os desarranjos (in)visíveis do território sobre o qual se distende o “corpo-sem-órgãos” (Deleuze & Guattari, 1980/2001), o ser próprio imiscuído com o do lugar vivido.

Tomando o dodecafonismo como referência que inspira um certo arrojo que aqui procuramos imprimir, desejaríamos aplanar o grau da visão, dominante na nossa cultura, seriando-o numa escala equitativa (embora rica de infinita diversidade) de sentidos, reclamando para cada registo sensorial — que artificialmente confundimos (com excessiva preocupação de discernibilidade) com o olfato, a audição, o tato — uma mesma exigência e gradação tónica, inextricável no seu conjunto. O debate sobre a significância dos sentidos na experiência urbana precisa dos contributos dos estudos culturais, da comunicação em geral, cruzando fronteiras disciplinares, abordagens metodológicas e geografias, de forma a (re)constituir a concretude dessa experiência e as condições que a alimentam e tornam possível.