Visualizar publicação

Imagens e Clivagens

Albertino Gonçalves

1996 | Porto: Afrontamento

ISBN:9789723604016

Albertino Gonçalves

1996
Porto: Afrontamento

“Na sociedade portuguesa, como se relacionam os residentes com os emigrantes? Que posturas e imagens partilham a seu respeito? Como variam e porquê? Estas são as primeiras questões que norteiam este estudo. Ele versa, numa primeira aproximação, sobre as práticas e representações sociais desenvolvidas pelos residentes acerca dos emigrantes.
Estas práticas e representações constituem uma realidade com particular relevo e visibilidade na sociedade portuguesa. Os emigrantes, as suas propriedades e comportamentos, parecem formar um alvo de privilegiada eleição para os julgamentos dos seus conterrâneos. Embora obedecendo a variações regionais e ritmos sazonais, estes julgamentos surgem, prolíferos, um pouco por toda a parte e conhecem uma circulação impressionante. Os emigrantes fornecem um dos temas mais procurados para investimento e consumo social de sentido. Se a imagem nos é permitida, em matéria de actividade simbólica, encontramo-nos perante um «desporto nacional» especialmente concorrido. Qualquer contexto e pretexto parecem servir para a sua prática: na cidade, no campo 'e nas praias, nas ruas, nas estradas e nas casas, nos bancos, nos mercados e nas repartições, entre amigos, nos cafés e nas festas, na televisão, na rádio e nos jornais, nas escolas, nos hospitais e nos mais díspares lugares pode acontecer um gesto ou uma sentença com os emigrantes na mira.(…)”

Índice

Introdução
15

 

1. Enquadramento Teórico e Problemática
25

 

2. Metodologia

2.1. A delimitação do objecto
41
2.2. Métodos e técnicas de investigação
48
2.3. A observação, ás entrevistas e á pesquisa documental
49
2.4. Os inquéritos
53
2.4.1. A amostragem
54
2.4.2. O questionário
56
2.4.3. O preenchimento do questionário
63
2.4.4. O inquérito aos emigrantes em férias
65
2.4.5. A análise de dados
66

 

3. O Universo da Pesquisa: Breve Caracterização Geográfica e Demográfica
69

 

4. O Espaço das Posições Sociais
83

 

5. Os Estilos de Vida

5.1. Expectativas profissionais
96
5.2. A decoração do lar
100
5.3. A ocupação dos tempos livres
104
5.4. As preferências desportivas
108
5.5. Concepções e sensibilidades estéticas
115
5.6. Os valores morais
120
5.7. Disposições políticas e visões do mundo
123

 

6. A Figura do Emigrante: Consensos e Divergências

6.1. Inegáveis virtudes
136
6.2. Exibicionismo, stress e inflação
141
6.3. Sobrevalorização do dinheiro e do estrangeiro
147
6.4. Rebaixamentos e evitamentos
163
6.5. Questões de legitimidade
174

 

7. A Definição Social do Emigrante: Clivagens e Divergências

7.1. O saber e a arte de viver
182
7.1.1. A cultura e as boas maneiras
182
7.1.2. O comedimento
187
7.1.3. Competências e gostos
190
7.1.4. Gostos e desgostos
197
7.1.5. As casas dos emigrantes
199
7.2. Balanços e consequências
220
7.2.1. O convívio
220
7.2.2. A ascensão social dos emigrantes
223
7.3. Projecções
225

 

8. A Variação do Apreço pelos Emigrantes

8.1. A construção duma escala de distância social
231
8.2. Esboço dum modelo explicativo 236 8.2.1. A profissão e o nível de ensino
236
8.2.2. O sexo e a idade
240
8.2.3. A propriedade do alojamento e de automóveis
242
8.2.4. A residência: efeitos de lugar
245
8.2.5. A origem social e a relação com a emigração
249

 

Conclusão
255
Anexo: Questionário do inquérito aos residentes
269
Referências Bibliográficas
285

Maps Index

Mapa 1 – Mapas de Portugal Continental, dos concelhos de Melgaço e deBraga e das freguesias de Prado, da Vila e de S. Vítor
81

Texts Index

Texto 1 – Anúncio de autocarro directo para Paris em 1960
77
Texto 2 – «Vacances»
143
Texto 3 – «Sejamos como somos»
157
Texto 4 – Notícia do Correio do Minho relativa ao novo regulamento da construção civil aprovado pela Câmara de Ponte de Lima
219

Tables Index

I – Efectivos e taxas das amostras para o inquérito
56
II – Resultados do preenchimento dos questionários
64
III – Área, população residente e densidade demográfica dos concelhos de Braga e Melgaço e das freguesias de S. Vítor, Vila e Prado
70
IV – População residente dos concelhos de Braga e Melgaço e das freguesias de S. Vítor, Vila e Prado nos censos de 1940 a 1991
72
V – Distribuição dos inquiridos segundo o local de residência e a profissão
83
VI – Inquiridos por nível de ensino e profissão
85
VII – Inquiridos por nível de ensino do pai e profissão
86
VII – Inquiridos por nível de ensino do pai e profissão
87
IX – Inquiridos por propriedade do alojamento e profissão
89
X – Inquiridos com automóvel, por cilindrada do automóvel mais potente e por profissão
90
XI – Escolhas (em %) de características profissionais segundo a profissão
96
XII – Escolhas (em %) de características de móveis segundo a profissão …
101
XIII – Tempos livres assinalados (em % por célula) por profissão   
104
XIV – Desporto preferido (em %) por profissão
109
XV – Apreciações positivas (em %) de temas fotográficos por profissão
115
XVI – Escolhas (em %) de virtudes a incutir nas crianças por profissão    
121
XVII – Escolhas de factores de facto de ascensão social por profissão (em %)
124
XVIII – Escolhas de factores de direito de ascensão social por profissão (em %)
127
XIX – Diferenças, em pontos percentuais, entre as escolhas de factores de ascensão social de direito e de facto por profissão
128
XX – Esquema recapitulativo dalguns dos principais tópicos que tendem a opor significativamente as novas classes médias diplomadas às classes populares
131
XXI – Adjectivos pouco diferenciadores: distribuição dos inquiridos que estimam estes adjectivos razoavelmente ou muito adequados aos emigrantes, por profissão e por nível de ensino (em %)
136
XXII – Frases pouco diferenciadoras: distribuição dos inquiridos que concordam total ou parcialmente com elas, por profissão e por nível de ensino (em %)
139
XXIII – Motivos explicativos do tipo de casas feitas pelos emigrantes. Distribuição segundo a profissão do inquirido (em %)
144
XXIV – Motivos explicativos do tipo de casas feitas pelos emigrantes. Distribuição por nível de ensino do inquirido (em %)
144
XXV – Razões dos emigrantes falarem entre si em língua estrangeira. Distribuição segundo a profissão do inquirido (em %)
155
XXVI – Razões dos emigrantes falarem em estrangeiro entre si. Distribuição segundo o nível de ensino do inquirido (em %)
155
XXVII – Inquiridos que consideram os emigrantes «muito» ou «razoavelmente» cultos, por profissão e nível de ensino (em % por célula)
183
XXVIII – Inquiridos que consideram os emigrantes «muito» ou «razoavelmente» evoluídos, por profissão e nível de ensino
185
XXIX – Inquiridos que consideram os emigrantes «muito» ou «razoavelmente» educados, por profissão e nível de ensino
186
XXX – Inquiridos que consideram os emigrantes «muito» ou «razoavelmente» calmos, por profissão e nível de ensino
189
XXXI – Inquiridos que consideram os emigrantes «muito» ou «razoavelmente» modestos, por profissão e nível de ensino
190
XXXII – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os emigrantes cuidam bem da educação dos filhos», por profissão e nível de ensino         
191
XXXIII – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os emigrantes fazem bom uso do dinheiro», por profissão e nível de ensino       
193
XXXIV – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os emigrantes sabem gozar as férias», por profissão e nível de ensino
194
XXXV – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os emigrantes vestem bem», por profissão e nível de ensino
199
XXXVI – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «As casas dos emigrantes mostram bom gosto», por profissão e nível de ensino
202
XXXVII – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «As casas dos emigrantes destoam da paisagem», por profissão e nível de ensino
215
XXXVIII – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Construções tipo casas dos emigrantes deviam ser proibidas», por profissão e nível de ensino
217
XXXIX – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os emigrantes são uma companhia agradável», por profissão e nível de ensino
221
XL – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Deve-se apoiar as festas aos emigrantes», por profissão e nível de ensino
223
XLI – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os emigrantes conseguiram subir na sociedade», por profissão e nível de ensino
224
XLII – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os portugueses residentes recebem bem os emigrantes que vêm de férias», por profissão e nível de ensino
226
XLIII – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os emigrantes dão uma boa imagem de Portugal no estrangeiro», por profissão e nível de ensino
227
XLIV – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os portugueses residentes têm uma boa opinião dos emigrantes», por profissão e nível de ensino
228
XLIV – Inquiridos que concordam total ou parcialmente com a frase «Os portugueses residentes têm uma boa opinião dos emigrantes», por profissão e nível de ensino
235
XLVI – Análise de variância do índice de apreço com a profissão como factor
237
XLVII – Análise de variância do índice de apreço com o nível de ensino como factor
237
XLVIII – Análise de variância do índice de apreço com a profissão e o nível de ensino como factores (apenas operários e independentes com o básico ou o secundário)
238
XLIX – Análise de variância do índice de apreço com o sexo como factor
240
L – Análise de variância do índice de apreço com o sexo, o nível de ensino e a residência como factores
240
LI – Tabela de incidência dos factores sexo, nível de ensino e residência sobre o índice de apreço
241
LII – Análise de variância do índice de apreço com a propriedade do alojamento como factor
242
LIII – Análise de variância do índice de apreço com a propriedade do alojamento e o nível de ensino como factores
242
LIV – Tabela de incidência dos factores propriedade do alojamento e nível de ensino sobre o índice de apreço
243
LV – Análise de variância do índice de apreço com a propriedade de automóveis
243
LVI – Análise de variância do índice de apreço com a quantidade de automóveis possuídos e o nível de ensino como factores
244
LVII – Tabela de incidência dos factores quantidade de automóveis possuídos e nível de ensino sobre o índice de apreço
244
LVIII – Análise de variância do índice de apreço com o local de residência e o nível de ensino como factores
245
LIX – Tabela de incidência dos factores nível de ensino e freguesia de residência sobre o índice de apreço
246
LX – Análise de variância do índice de apreço com a escolaridade, a residência, a relação com a emigração do inquirido e a escolaridade do pai como factores
250
LXI – Tabela geral de incidência dos factores nível de ensino, residência e relação com a emigração do inquirido e escolaridade do pai do inquirido sobre o índice de apreço pelos emigrantes
251

Graphics Index

I – Espaços das posições sociais e dos estilos de vida
27
II – Repartição da população residente activa a exercer profissão por sectores de actividade segundo o censo de 1981
70
III – Evolução da população residente dos concelhos de Braga e Melgaço e das freguesias de S. Vítor, Vila e Prado entre 1940 e 1991
71
IV – Pirâmide etária do concelho de Braga em 1981
73
V – Pirâmide etária do concelho de Melgaço em 1981
73
VI – Valores da relação homens/100 mulheres nos concelhos de Braga e Melgaço em 1981
74
VII – Distribuição dos inquiridos por sexo e profissão
84
VIII – Inquiridos por trajectória em relação à emigração e por profissão
88
IX – Inquiridos por laços de parentesco com (ex)emigrantes e por profissão
88
X – Espaço das posições sociais dos inquiridos
92
XI – Primeiras escolhas de virtudes tradicionais e de virtudes inovadoras por profissão
122
XII – Diferenças entre escolhas de factores de ascensão social de direito e de facto por profissão (em pontos percentuais)
129
XIII – Distribuição do índice de apreço pelos emigrantes entre os residentes inquiridos
233
XIV – Médias do índice de apreço por categorias sócioprofissionais  
233
XV – Médias do índice de apreço por níveis de ensino frequentados
234
XVI – Esquema das relações entre o nível de ensino, a profissão e o índice de apreço pelos emigrantes
239
XVII – Esquema dum modelo explicativo da variação do apreço dos residentes pelos emigrantes
253