No próximo dia 12 de dezembro, pelas 11h30, na sala 202 do CP3, terá lugar a quinta aula aberta sobre “Temas e problemas em História Social”. Esta quinta sessão é dedicada com tema “Do indigenato ao trabalho forçado: as “políticas da diferença” no colonialismo português moderno (1899-1975)” e conta com a participação de José Pedro Monteiro, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade.
A atribulada, e demorada, abolição da escravatura no “terceiro império português” coincidiu com a reorientação geopolítica do império para África. O fim da escravatura, contudo, não significou o fim de formas de discriminação racial nem de exploração laboral. À medida que a presença portuguesa no continente africano se intensificava, novos dispositivos jurídicos, económicos e sociais foram constituídos, evoluindo ao longo do tempo, e que sinalizavam as chamadas “políticas da diferença” imperiais. Entre esses, contavam-se a legalização e regulação do trabalho forçado e a instituição de um regime jurídico dual, o chamado “indigenato”, que estabelecia uma distinção com um substrato racial no império. Eram estes os eixos centrais da “diferença” no império, tendo persistido até mais tarde do que em qualquer outro império europeu, até ao início da década de 1960.
Nesta sessão, procurar-se-á detalhar em que consistia este regime, qual o seu impacto, as diferentes formas de resistência que se lhe opuseram, bem como o processo que levou à sua abolição, não deixando de questionar em que se traduziu, de facto, essa abolição.
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