Terá lugar, no dia 17 de junho, pelas 14h30, na Sala de Atos do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, o Seminário Permanente de Estudos Pós-Coloniais sobre “A Lusofonia enquanto olhar pós-colonial: ranço colonial ou possibilidade intercultural?”, com o investigador Vítor de Sousa.
Ao contrário de ‘portugalidade’, que é marcadamente colonial, tendo a palavra sido mesmo cunhada entre os anos 50 e 60 do século XX, em pleno Estado Novo, a lusofonia é um conceito pós-colonial, sendo por isso que, como explica Vítor de Sousa, “ligar um termo ao outro constitui um contrassenso, já que a lusofonia não pode ser encarada, sob qualquer circunstância, com ‘portugalidade’, devido à associação ao slogan ‘Portugal do Minho a Timor’”.
“A lusofonia encerra, no entanto, algumas clivagens e, não obstante se afirmar que já tudo foi escrito, faltando apenas colocá-la em prática, o termo não é consensual”, refere o investigador, alertando para o facto de que “deixar de considerar as diferenças entre histórias coloniais e processos de colonização pode levar a impor sobre um povo a narrativa pós-colonial de um outro tornando assim esse povo ainda mais invisível”. Por isso é que urge desfazer os equívocos em que a lusofonia navega.
O Seminário Permanente de Estudos Pós-Coloniais procura estabelecer um diálogo com o passado, não apenas num sentido textual e teórico, mas chamando e convocando vozes reais que ajudam a dialogar com as experiências coloniais e a sua reflexão no tempo pós-colonial das nossas sociedades globais. Assente numa dinâmica intercultural, resulta de uma parceria entre o CECS, o Mestrado em Sociologia da Universidade do Minho e o Projeto EXCHANGE.