Terá lugar, no dia 22 de junho, pelas 17h00, online, mais uma sessão do Seminário “História(s) do Presente. A formação do mundo contemporâneo”. Dedicado ao tema “Atrocidades Históricas, a busca pela verdade e as políticas da memória”, o seminário conta com a participação de Bonny Ibhawoh (Centre for Human Rights and Restorative Justice McMaster University, Canadá).
A crescente popularidade das Comissões de Verdade e Reconciliação (CVR) como mecanismos de reparação de injustiças e atrocidades históricas exige uma reflexão mais profunda sobre as histórias que produzem. Nas últimas quatro décadas, foram criadas mais de cinquenta comissões de verdade a nível mundial. Embora as comissões de verdade sejam criadas com diversos objetivos, a sua principal função é investigar as violações dos direitos humanos cometidas no passado com o intuito de descobrir a “verdade” sobre as suas causas, padrões e consequências. O objetivo é, frequentemente, fazer justiça às vítimas e reparar os erros que sofreram. No seu esforço para reparar injustiças históricas e violações contemporâneas dos direitos humanos, muitas comissões de verdade têm-se preocupado em procurar “histórias imparciais” de abusos. À medida que mais países, tanto no Sul como no Norte Global, adotam o modelo da comissão de verdade para tratar de abusos históricos e contemporâneos, precisamos de compreender melhor o seu valor e as suas limitações como mecanismos de justiça e reconstrução históricas. Este artigo examina os debates sobre a “história” no trabalho das Comissões de Verdade. Explora a sua tentativa de produzir novas histórias de atrocidades baseadas em memórias coletivas contestadas. A comunicação baseia-se no meu novo livro sobre “Comissões de Verdade e Construção do Estado”.
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