Terá lugar, no dia 18 de abril, pelas 18h00, o Seminário de Cultura Visual “Letras de Braga: A Tipografia Urbana”.
Braga não são só bonitas esplanadas e magníficas Igrejas. Desde a icónica fachada d’A Brasileira, das letras imponentes na fachada do Theatro Circo e das letras degradadas do S. Geraldo, a letreiros desaparecidos que ainda coabitam nas nossas memórias, estas estruturas fazem parte do Património Gráfico e Visual da cidade de Braga. Contam a história da nossa cidade. Identificam-nos e diferenciam-nos!
Porém, o Património Gráfico está seriamente ameaçado pela gentrificação e a renovação sem critério das nossas cidades. Cada vez mais, com o aparecimento de franchisados, de shoppings, de lojas online e das mais diversas políticas de pretensa depuração do edificado antigo, estes letreiros e estruturas que definiram a imagem – e até o skyline – das nossas cidades e, consecutivamente, as nossas vivências urbanas, estão a ser dizimados. É imperativo documentar a paisagem visual de Braga, preservar o máximo de reclames históricos e lutar contra a tendência de homogeneização da imagem comercial e urbana que desvaloriza e faz desaparecer o comércio local histórico e com ele a memória e a identidade de cada rua. A personalidade e a paisagem urbana das cidades ficam empobrecidas e as ruas são, em muitos casos, esventradas, sem nada que lembre as formas e usos que outrora lhes deram vida.
Estes elementos gráficos e tipográficos que, depois de deixarem a fachada dos edifícios e das lojas, perdem a sua função original publicitária, mas passam a objeto de arte e ganham estatuto de Património Gráfico das cidades. Devem, por isso, ser acarinhados, preservados, salvaguardados e em alguns casos restaurados.
Esta sessão consistirá num passeio pela cidade de Braga, com o seguinte roteiro:
Ponto de Encontro: Chafariz da Praça da República
1. Letras do Café Viana e Café Astória
2. Letras do Café A Brasileira Velha e Nova
(Vadeca, Casa Esperança, JN)
3. Letreiro das Frigideiras do Cantinho e letreiro da antiga fábrica Lusitana
(João Penha)
4. Néon do Café Lusitana e letreiro do edifício Médicos
(Casa das Velas, Mundial Confiança, BNU)
5. Letras do Café Ferreira Capa e dos Armazéns Pinheiros
(Sorte à Vista, Casa da Sorte)
Ponto de Chegada: Chafariz da Praça da República
Nuno Dias: 40 anos, nasceu e reside em Braga. Licenciado em Design Multimédia pela Universidade da Beira Interior, Covilhã, onde se licenciou em 2007. Impulsionado pela sua paixão, há pouco mais de 8 anos deixou o seu emprego a tempo inteiro para se dedicar a uma vida de trabalhador independente como Designer Gráfico e Ilustrador, e ocasionalmente, desenhar uns Tipos de Letra. Foi em 2008 que publicou o seu primeiro Tipo de Letra, Origram, versão gratuita, e só em 2014 que publicou o seu primeiro Tipo de Letra comercial. No seguimento desta paixão, criou em 2016 o projeto Letras de Braga, com o principal objetivo de catalogar e documentar todo o tipo de tipografia e grafismo das ruas da cidade de Braga.
Luís Tarroso Gomes: bracarense de 45 anos e advogado há mais de 20. Nestas duas décadas dirigiu e participou em vários movimentos cívicos de luta pela preservação do património bracarense. Foi fundador e dirigente do ProjetoBragaTempo e da Velha-a-Branca. Embora não seja a sua missão principal, este Estaleiro Cultural, por múltiplas vezes, acolheu iniciativas ligadas ao património da cidade – desde o Curso de História de Braga à recolha e gravação dos mais diversos testemunhos orais. Nos últimos anos, a Velha-a-Branca tem procurado também recolher e salvaguardar espólios de alguns estabelecimentos comerciais da cidade que foram desaparecendo, tornando evidente e urgente a parceria com o projeto Letras de Braga.
Os pedidos de pré-inscrição no percurso visual devem ser enviados para o email: passeio@ics.uminho.pt