A sessão do Seminário Permanente de Comunicação e Diversidade reúne duas investigações que se debruçam sobre perspectivas distintas de comunicação e de diálogo intercultural. O doutorando Cláudio Abdo (CECS) fará uma comunicação centrada nas percepcões sobre a crise migratória em Braga (Portugal) e a doutoranda Mariana Müller (CECS/ICNOVA) apresentará uma análise da cobertura jornalística da cultura no Brasil e em Portugal.
A sessão contará com a presença de Dora Santos Silva (ICNOVA) e Maria José Brites (CICANT) como dinamizadoras e moderadoras e terá lugar no dia 24 de fevereiro, às 14h00, por meio da plataforma Zoom.
Os refugiados em Braga: percepções sobre a crise migratória na Europa, com Cláudio Abdo
A crise migratória na Europa contabiliza milhões de refugiados e solicitantes de asilo e é considerada responsável pelo maior deslocamento de pessoas na condição de refugiadas no continente desde o fim da Segunda Guerra Mundial. No entanto, Portugal não figura entre os principais países europeus em número de refugiados. Deste modo, esta comunicação analisa como os cidadãos portugueses que vivem na cidade de Braga percebem os refugiados e como os média influenciam essa percepção. Através da realização de entrevistas semi-estruturadas e em profundidade foi realizada a tese doutoral intitulada “A crise migratória na Europa: um olhar sobre os refugiados em Braga, Norte de Portugal”. O trabalho foi realizado no âmbito da 4ª Edição do Doutoramento FCT em Estudos da Comunicação: Tecnologia, Cultura e Sociedade na Universidade do Minho, tendo a pesquisa sido financiada pela FCT.
A cobertura jornalística da cultura no Brasil e em Portugal, com Mariana Müller
Esta comunicação apresenta uma investigação doutoral que aproxima, do ponto de vista analítico, a cobertura cultural de dois países com relações iniciadas no período colonial, Brasil e Portugal. O estudo está estruturado a partir de um olhar cruzado: busca-se referências ao Brasil na cobertura cultural do jornal português Público e a Portugal no brasileiro Folha de São Paulo. Utilizou-se a Análise de Conteúdo e as entrevistas semi-estruturadas com o objetivo de mapear os padrões editoriais, compreender aspectos da rotina profissional que afetam a construção das peças e identificar semelhanças e diferenças na cobertura dos dois jornais. “A cobertura jornalística da cultura na Folha de São Paulo e no Público (2012-2018): um olhar cruzado entre Brasil e Portugal” é uma tese desenvolvida no âmbito do programa doutoral FCT “Estudos da Comunicação: Tecnologia, Cultura e Sociedade” na Universidade do Minho com apoio financeiro da FCT.
Cláudio Abdo é bacharel em Publicidade e Propaganda, Especialista em Comunicação, Mestre em Ciências da Comunicação e Doutorando em Estudos de Comunicação: Tecnologia, Cultura e Sociedade (UMinho / UBI / ISCTE / Ulusófona). É bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e investigador no CECS. Publicou o livro “Morar fora: sentimentos de quem decidiu partir” (2017), fundou o site Vagas pelo Mundo e apresenta o podcast Partiu Morar Fora.
Mariana Scalabrin Müller é doutoranda no programa FCT Estudos da Comunicação: Tecnologia, Cultura e Sociedade. Bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), investigadora no CECS e no ICNOVA. É jornalista e mestre em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Trabalhou como repórter e editora por cinco anos. Dedica-se a investigar a cobertura jornalística da cultura desde 2013.
Dora Santos Silva é professora Auxiliar da NOVA FCSH, no departamento de Ciências da Comunicação. Licenciada em Ciências da Comunicação, mestre em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias (ambos na NOVA FCSH) e doutorada em Media Digitais pelo programa internacional UT Austin | Portugal, na NOVA FCSH. É autora do livro “Cultura e Jornalismo Cultural – Tendências e Desafios no contexto das indústrias culturais e criativas”. Coordena a Pós-Graduação em Comunicação de Cultura e Indústrias Criativas, o projeto de comunicação de cultura +Lisboa (na vertente editorial) e é investigadora do ICNOVA. A sua investigação foca-se na inovação nos media, comunicação de cultura, jornalismo cultural, e indústrias culturais e criativas.
Maria José Brites é professora associada na Universidade Lusófona do Porto (ULP) e investigadora no Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT). Coordenou em Portugal o projeto RadioActive Europe. É membro de três redes de investigação (COST IS1401 European Literacy Network – onde coordena a Digital Literacy Team, COST IS1410 DigitLitEY e CA15212: Citizen Science para promover a criatividade, literacia científica e inovação em toda a Europa) e de dois projectos (Notícias como Recursos Democráticos: Pesquisa Comparativa Transcultural e alfabetização digital de crianças pequenas e práticas multimodais). Concluiu o seu doutoramento em Ciências da Comunicação (2013) na Universidade NOVA de Lisboa.