O próximo Seminário Permanente em Estudos Pós-Coloniais realiza-se no dia 11 de dezembro, pelas 15h30, via Zoom. “O passado colonial como problema não encerrado na contemporaneidade. A descolonização mental como possibilidade intercultural em tempo de ressentimento” é o tema da sessão que conta com a participação de Luís Lisboa, dirigente da FUA-Frente Unitária Antifascista, e Pedro Schacht Pereira, professor na Ohio State University (EUA).
A contestação do etnocentrismo pela crítica pós-colonial tem colocado em causa uma série de conceitos e estruturas correspondentes que dariam estabilidade ao mundo social. A desestabilização subsequente, ainda em curso em muitos locais do globo, descentra a discussão, olhando para aqueles que foram sempre tidos como subalternos, como protagonistas, colocando-os em pé de igualdade com os que estiveram sempre no centro do mundo.
O processo está em curso, colocando em causa, entre outras, a ideia de museu, a estatuária no espaço público, e promovendo discussões sobre o racismo estrutural, bem como a problemática do género. Mas que também é transversal na sociedade, nomeadamente na portuguesa, opondo-se a uma visão luso-tropicalista, centrada em Portugal tido como país ex-colonizador que promoveu uma “colonização doce”, por ser diferente dos outros países e que ainda perdura, bastando ter em atenção os conteúdos relativos a esse assunto nos manuais de história do ensino secundário. O que vem sublinhar que o passado colonial continua a ser um problema não encerrado na contemporaneidade. De que forma é que o “outro” é representado?
Este seminário pretende, ainda, olhar para o conceito de “artivismo”, pouco consensual nas Ciências Sociais e Humanas, como contributo para a descolonização mental e possibilidade intercultural.