“Comunicação e Mediação Intercultural” foi o tema da tertúlia realizada no dia 21 de Março (sala de atos, 14h30), Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, no âmbito do Seminário Permanente de Comunicação e Diversidade. A iniciativa do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade foi dinamizada pelas investigadoras Rosa Cabecinhas e Ana Maria Silva, e centrou-se no papel das estratégias de mediação para fomentar a diversidade intercultural.
A tertúlia iniciou com Cristina Milagre, coordenadora do Núcleo para o Diálogo Intercultural do Alto Comissariado para as Migrações (ACM), que explicitou as funções deste organismo de políticas públicas, nomeadamente no que concerne à área de mediação e diversidade intercultural. Além disso, para clarificar a importância da mediação enquanto estratégia que visa fomentar o diálogo intercultural, apresentou três exemplos de estratégias de mediação em contextos completamente diferenciados no contexto português.
Elisabete Pinto da Costa, diretora do Instituto de Mediação de Conflitos da Universidade Lusófona do Porto, trouxe para a discussão abordagens teóricas e autores do campo da mediação, com ênfase nas perspetivas da comunicação intercultural. Esta intervenção visou dar a conhecer a mediação enquanto estratégia que pode contribuir para incrementar o diálogo e a diversidade intercultural.
Por sua vez, Margarida Morgado, diretora do Centro Interdisciplinar de Línguas, Culturas e Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, deu a conhecer alguns dos projetos nos quais participou e que envolviam livros album. Na sua intervenção sublinhou o papel deste tipo de materiais para desenvolver o espírito crítico e de que forma é que a comunicação pode contribuir para a inclusão social.
A encerrar as intervenções, a docente da Universidade do Minho e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Ana Maria Silva, do falou do seu novo projeto de investigação – CReE.A – Construction d’un espace européen de la Médiation pour línclusion social. Este projeto, que tem na equipa portuguesa Ana Maria Silva e Rosa Cabecinhas, envolve 7 países europeus e visa a consolidação da formação e profissionalização de mediadores sociais através da mobilidade europeia e tem como objetivo a construção de um Espaço Europeu da Mediação para a Inclusão Social.
O debate centrou-se muito em torno da importância do papel da mediação no contexto escolar, da promoção da diversidade intercultural e do fomento do espírito critico e da criatividade ao longo da vida e qual o papel da escola, da família e das comunidades no instigar de leituras críticas.
Carla Cerqueira