Um terço de todos os jornalistas detidos no mundo está em prisões turcas

Realizou-se no dia 3 de novembro, na Sala da Atos do Instituto de Ciências Sociais, um debate sobre a liberdade de expressão na Turquia, numa iniciativa do Núcleo de Braga da Amnistia Internacional e do CECS. Para falar da situação vivida nos últimos dois anos na Turquia, esteve presente Dulce Furtado, Press Officer da Amnistia Internacional Portugal, que deu conta da vaga de perseguições e detenções a jornalistas que se vem sentido naquele país desde 2010 e que se intensificou desde a tentativa de golpe de Estado em 2016. Neste momento, há 120 jornalistas detidos, mais de 2500 perderam os seus empregos e 156 órgãos de comunicação social foram encerrados.

A repressão generalizada sobre a atividade jornalística e as limitações à liberdade de expressão acontecem na Turquia apesar de a sua Constituição e as convenções internacionais de que é signatária protegerem estes direitos e liberdades fundamentais. Torna-se evidente a gravidade da situação na Turquia liderada por Recep Erdogan quando se sabe que um terço de todos os jornalistas detidos no mundo está em prisões turcas.

No debate, moderado por Luís Santos, investigador e diretor-adjunto do CECS, foi discutido o papel central da imprensa livre na vigilância dos sistemas políticos democráticos e como para organizações de defesa dos direitos humanos, designadamente a Amnistia Internacional, é fundamental a luta pela liberdade de expressão enquanto garantia contra todas as formas de abuso de poder. Como referiu Dulce Furtado, “quando algo vai mal nas democracias, os jornalistas são sempre os primeiros alvos de violência”.

 

Texto: Rita Ribeiro
Fotos: Vítor de Sousa